top of page

          Uma longa espera concluiu-se ontem (20 de dezembro de 1999) com um dia de festa. O Papa João Paulo II reconheceu oficialmente que a cura do pequeno Samuel Piovani, que aconteceu por intercessão de Madre Catarina Cittadini, é um milagre.

          É uma meta importante no longo caminho que teve início em 1967 com a nomeação do postulador para a causa de beatificação de Madre Catarina por parte do bispo de Bérgamo, Dom Clemente Gaddi. O anúncio foi acolhido com grande emoção pelas Irmãs Ursulinas de Somasca e pela família de Samuel. ’’Nós fomos apenas instrumentos nas mãos do Senhor’’, afirma Mario Piovani e recorda com emoção a sua história. ‘‘Minha mulher ficou grávida em julho de 1990. Estávamos contentíssimos porque, mesmo tendo já dois meninos de 12 e 10 anos, Mateus e Paulo, queríamos muito ter outro filho e se não o tivéssemos tido, é provável que teríamos adotado’’ 

          No começo parecia que tudo corria bem: ‘‘Estávamos um pouco preocupado porque minha mulher tinha mais de quarenta anos, mas os médicos nos tinham tranquilizado. Na primeira ecografia, depois de dois meses, estava tudo bem. No terceiro mês porém, uma terrível surpresa: disseram-nos que o feto não estava crescendo. Daquele momento em diante o caminho foi somente em subido.’’

          Depois de oito dias minha mulher repetiu o exame e a situação era a mesma. Por isto nos pediram de procurar um outro especialista, um ginecologista, o qual foi logo muito drástico: de acordo com ele aquela criança não iria nascer nunca. Ele nos aconselhou o aborto.’’

           Para Mário e Gabriela porém este caminho não era praticável: ‘‘explicamos ao médico que a nossa fé não admitia a interrupção voluntária da gravidez. Se a criança morresse, se o aborto fosse espontâneo, nós ficaríamos designados, caso contrário, deveríamos prosseguir e fazer o possível para que o nosso filho pudesse viver. Naquele período estávamos cheios de angústia. Toda semana íamos para Brescia para repetir os exames.’’ Dona Gabriela lembra: ‘‘O médico me dizia que o feto não era uma criança, mas alguma coisa disforme.’’

          As médicas também, como mães que eram, aconselhava-me o aborto, para que o feto, depois de ter nascido, não tivesse uma vida infeliz. A situação, entre altos e baixos, continuou crítica até o sétimo mês. Nunca tinha se mexido. Um fato realmente preocupante. Depois os médicos nos deram alguma esperança: ‘‘Se sobreviveu até agora - diziam - talvez consiga’’.Minha mulher ficou hospitalizada por 25 dias.

         Então fizeram Samuel nascer com um parto cesariano. Era muito pequeno. Pesava só um quilo e meio, e mesmo assim, parecia-me cheio de vontade de viver. Levaram-no imediatamente para o setor de patologia neonatal. As dificuldades, todavia, estavam só começando. No dia seguinte Samuel foi levado a urgência para o setor de cirurgia pediátrica. Pensavam que ele tivesse tido um ataque de peritonite.        

          O problema resolveu-se sem a necessidade de intervenção médica. O menino porém continuava com risco de vida. Ele foi submetido a uma transfusão porque os níveis de hemoglobina eram baixos. Depois os médicos perceberam que estava em curso uma hemorragia cerebral.

        Naquele momento nos disseram que deveríamos estar prontos, porque o menino podia morrer a qualquer instante. Suspenderam todos os medicamentos e tratamento, explicando-nos que qualquer intervenção àquele ponto seria só uma forma inútil de abuso terapêutico; limitavam-se a dar-lhe o que comer. Tinham-nos já explicado como deveríamos nos comportar no momento em que Samuel chegasse à câmara mortuária. Era considerado um caso perdido e todos tinham certeza que, caso sobrevivesse, seria um menino com uma grave lesão cerebral. Diziam que ele

ficaria surdo, cego e incapaz de se mover autonomamente. Foi batizado às pressas no hospital.

       Naqueles dias, a única coisa que Mário, Gabriela e a família podiam fazer era rezar: invocaram Catarina Cittadini, pedindo-lhe de ajudá-los a aceitar a vontade do Senhor, qualquer fosse ela. Samuel conseguiu desafiar os infaustos prognósticos dos médicos: Sobreviveu, aos olhos de todos; uma semana após outra. Disseram-nos que ele não iria ter nunca uma vida normal por causa das lesões seríssimas que tinha tido.

      Depois de três meses nós o levamos para casa. Percebemos que respondia às nossas solicitações, nos ouvia, nos seguia com o olhar e cantarolava, como todas as crianças. Aos seis ou sete meses Samuel parecia um pouco atrasado em relação aos seus contemporâneos, mas aos poucos começou a se recuperar. Começou a frequentar regularmente o maternal, sem a necessidade de reforço.

        Agora está na terceira série do ensino fundamental. É um menino sadio e feliz, apesar dos exames clínicos ainda mostrarem marcas evidentes do que lhe aconteceu. Nenhum médico consegui explicar como Samuel tinha ficado bom. E Mário Piovani repete comovido: Fomos apenas um instrumento que Deus escolheu para se manifestar.

         Conhecemos Madre Catarina porque a irmã de minha mulher, Irmã Antonella, é da congregação das Ursulinas de Somasca. E, como antes, missionária na Bolívia, em Cochabamba. Durante a gravidez de minha mulher, Irmã Antonella, voltou para casa durante algum tempo para um período de repouso. Viveu conosco a espera, a angústia, o sofrimento daqueles dias.

         Vendo o que estava acontecendo nos disse: Recorramos a Madre Catarina. A idéia de interceder a Madre Catarina pelo pequeno Samuel se espalhou por toda Congregação das Ursulinas.

        A novena foi repetida várias vezes por muitas pessoas, durante a gestação e depois do nascimento do nosso pequenino. Para nós foi um grande conforto. As irmãs estiveram perto da gente em um momento muito difícil. Depois, Samuel ficou curado. E todos os médicos que tinham visto as fichas clínicas disseram-nos que tinha alguma coisa de extraordinário. Mário e Gabriela nunca pediram por um milagre nas suas orações. Pode-se imaginar humanamente o que se sente em um caso desses.

        Apesar de tudo no nosso pequeno, procuramos viver cada dificuldade com serenidade. Nunca ousamos nem pensar que pudesse ser-nos concedido um milagre. Rezávamos a Madre Catarina para que nos ajudasse a aceitar o nosso destino. Acolhemos Samuel como um dom. Teria sido assim e qualquer maneira, mesmo que não tivesse ficado curado e se o Senhor tivesse decidido de levá-lo consigo quando estava ainda no hospital.

        Este acontecimento contribuiu para deixar mais firme a unidade da nossa família.  É claro que a nossa família não pode deixar de estar um pouco apreensiva por causa de Samuel: Apesar de estar bem, nós o levamos frequentemente ao hospital para fazer alguns controles e todas as vezes tocamos com as mãos o sofrimento de tantas pessoas que têm que ir para frente em situações muito difíceis, com dificuldades enormes. Nós não temos nenhum mérito, tivemos sorte.

         A alegria para família Piovani tornou-se testemulho: Creio realmente na santidade de Madre Catarina - observa o senhor Mário. Quando eu e minha mulher éramos noivos, fomos até Somasca para rezar no seu túmulo. Muitas vezes penso naquilo que aconteceu e falo com meus familiares.          

          Os milagres não estão, é claro, na ordem do dia, não acontecem a todos: o Senhor não pode satisfazer a todos os nossos desejos. Nós tivemos a sorte de ver como a mão de Deus age e esta nossa vivência nos levou ainda mais perto Dele.

          Mateus e Paulo, apesar de serem ainda pequenos quando a mãe deles ficou grávida de Samuel, viveram com grande participação todos os sofrimentos dos pais: Todos os dias iam visitar o irmãozinho no hospital e nos diziam para termos coragem. Agora são protetores do irmão e gostam muito dele.

          Desde que Samuel ficou curado, procuramos conhecer melhor Madre Catarina e de viver com maior profundidade a nossa fé na paróquia, no trabalho, em cada âmbito da nossa existência.

 

 

Traduzido do texto de Sabrina Penteriani.

 

 

 

CONECTE-SE CONOSCO!

  • Wix Facebook page
  • Wix Twitter page
  • Wix Google+ page

© 2014. Orgulhosamente criado por Susana Pierote e Ir. Kelly Borges

bottom of page